Filipe Fontes
2 min readJun 16, 2019

APROVEITE AS PERGUNTAS DE SEUS FILHOS!

Nos primeiros anos de vida as crianças experimentam certo espanto em relação ao mundo e elaboram uma enxurrada de perguntas do tipo: “o que é isto?”, ou “por que aquilo acontece?”. Por mais que esse momento seja cansativo, nós, pais, precisamos estar atentos a ele. O excesso de perguntas revela a disposição das crianças para o aprendizado e oferece ricas oportunidades de instrução que devem ser aproveitadas.

Para aproveitar bem esse momento devemos, primeiramente, cuidar para não sermos tomados de irritação e optarmos pelo caminho da fuga, calando as crianças através de respostas duras ou simplistas. Isso, além de não contribuir com a instrução da criança, destrói a curiosidade, que é tão necessária ao espírito investigativo. Além disso, se somos cristãos devemos nos lembrar de que a Bíblia é o instrumento pelo qual nossos filhos são conduzidos ao verdadeiro conhecimento, e que isso não acontece apenas quando lemos o texto bíblico para eles, mas também quando tomamos este texto como critério de interpretação da realidade como um todo.

Imagine que uma criança pergunte a seus pais: o que é isto? – apontando o dedo para uma borboleta. Uma resposta do tipo: “isto é um animal” ou “isto é um inseto”, estaria correta, mas seria insuficiente para a instrução cristã. Idealmente, uma pergunta como essa deveria gerar uma boa conversa na qual a diversidade do reino animal poderia ser relacionada à doutrina da criação; a dinâmica de transformação das borboletas, à da providência; a beleza dos insetos, à natureza de Deus; a relação nem sempre amistosa entre os homens e os animais, à doutrina da queda; e a expectativa de um mundo novo, à da redenção e da consumação. Afinal, este é o desafio da instrução cristã: ajudar alguém a interpretar os diversos acontecimentos de sua existência regular à luz da revelação de Deus em sua Palavra.

É importante que sejamos sábios e consigamos equilibrar intervenções nas quais os pressupostos bíblicos são explicitados, com ocasiões em que eles permanecem implícitos. Crianças tendem à audição seletiva, e podem fechar os ouvidos se forem submetidas a discursos repetitivos. Além disso, elas são inteligentes e podem entender e ser estimuladas por discursos que não entregam tudo de uma vez. Equilíbrio é uma boa palavra! O fundamental é que nos lembremos de que nossas respostas aos fatos do cotidiano precisam, de uma forma ou de outra, tornar a nossa teologia real.

Pense nisso e aproveite as perguntas de seus filhos.